sexta-feira, 3 de março de 2017

Sustentabilidade


Sustentabilidade! Que assunto mais importante e atual que este? No dia mundial da vida selvagem, nada mais faz sentido que falar de como temos que tornar este mundo e mudar a nossa vida para que os recursos não sejam parcos, para que não destruamos sem medida esses mesmos recursos. Chegamos a uma situação em que já produzimos tantos resíduos que o ponto de viragem é a reutilização desses resíduos para as coisas mais inventivas que imaginemos. A notícia abaixo é um bom exemplo, exemplo que as grandes marcas querem muito publicitar neste momento. Mas não posso deixar de referir que a sustentabilidade não se faz só de reutilização. Quer-se menos produção, e uma produção mais humana e leal. Para quê comer ervilhas todos os dias se em todas as estações podemos ter uma variedade imensa de legumes e fruta? Para quê comer carnes vermelhas todos os dias, se podemos alternar com outras ou até mesmo optar por não fazer ingestão e obter proteína de outras fontes? Temos muito em que pensar, há muito para nos preocuparmos! 

VILARTEX JÁ PRODUZ MALHAS A PARTIR DE PLÁSTICOS RECOLHIDOS NO MAR
As preocupações ambientais e os objetivos de reciclagem são cada vez mais uma exigência das grandes marcas e a Vilartex está na linha da frente no fornecimento de matéria-prima. A mais recente novidade é a produção de malhas a partir da utilização de resíduos plásticos recolhidos no mar, depois de ter sido também pioneira no uso de algodão amigo do ambiente e de há dois anos ter começado a produzir a partir de garrafas de plástico recicladas.
“O fio de poliéster feito a partir dos resíduos de plásticos recolhidos nos oceanos é uma novidade que foi apresentada agora em Fevereiro, em Paris, na Première Vision, e logo aí decidimos avançar para a sua utilização”, explica Carmen Pinto, administradora da empresa de Guimarães que há muito faz questão de utilizar produtos orgânicos e amigos do ambiente.
A par da certificação GOTS, de responsabilidade ambiental, a Vilartex – Empresa de Malhas de Vilarinho, Lda, há muito que utiliza também o algodão BCI, de produção a amiga do ambiente, e há mais de dois anos tinha avançado também com a utilização de fios resultantes de garrafas de plástico recicladas.
“Estamos orgulhosos de fazer parte deste movimento”, acentua a administradora, mostrando que a utilização de soluções de sustentabilidade e amigas do ambiente representa também uma vantagem competitiva. “Fomos pioneiros e avançamos para a utilização de fio reciclado por iniciativa nossa, sem que isso nos tivesse sido exigido ou solicitado pelos clientes. Sabíamos que as grandes marcas como a H&H, Adidas, COS ou Inditex  têm objetivos a cumprir  nesta matéria até 2020, e o que se verifica é que começa a haver uma procura louca deste tipo de materiais”, confessa Carmen, que partilha com os pais e irmãos a direção da empresa.
Quanto à produção, explica que a utilização dos fios de plástico reciclado não implicou qualquer investimento ou reconversão. “Exige apenas um espaço próprio de armazenamento e também o tear tem que ser 100% limpo e o espaço delimitado, para não haver contaminações. Também a malha é depois embalada com material especifico cumprindo as exigências ambientais”.
Desde 2013 que A Vilartex decidiu investir na exportação como forma de contornar a grande dependência do mercado ibérico. A aposta na qualidade e em produtos inovadores tem sido ponto central na estratégia, que em três anos permitiu passar de 300 mil euros para 1,7 milhões de exportações, numa faturação que deverá ter ultrapassado os 30 milhões.
Quanto às malhas com base em plásticos reciclados, a exportação acaba por ser feita de forma indireta uma vez que são utilizadas por fabricantes nacionais que trabalham para as grandes marcas. De uma coisa Carmen Pinto está segura: “Até 2020 vai haver um crescimento acentuado na procura deste tipo de produtos”.

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