terça-feira, 13 de junho de 2017

13 de junho


Nasceste no dia de Santo António mas és de nome chamado João, mas não o santo que também é popular.
Tens ondas do mar como cabelo, caracóis fortes e selvagens.
O sorriso conquista, aberto e sonoro, faz-nos vibrar de alegria.
És de beijinhos repenicados e, principalmente, de abraços apertados à entrada e à saída.
Gostas de ser livre e brincar de corridas, bola e adoras jogos com peças. Também já sabes cuidar do boneco bebé, pões e tiras roupa e cantas canções de embalar.
És de música. Sabes letras sem fim e para acompanhar não lhes faltam instrumentos. De guitarrista a flautista tu és uma estrela!
És 'my little fox' de ar esperto e tom ternurento. Queres saber de outros amigos animais, e dizes como ninguém os nomes de uma selva inteira, aprendes estórias de encantar e estórias que são tuas. 
Comes de tudo e não fazes grandes fitas só quando a brincadeira ou o ciúme são mais fortes.
De faces redondas, bochechas apetitosas e olhos de azeitona és o meu amor!
Já são três e passaram à velocidade de um alfa. Tanto que eu perdi e tanto que quero ver. 
És um menino de sorte saído de uma caixa só de boas surpresas.

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Our Oceans, Our Future [dia mundial dos Oceanos]

Our oceans, our future


The world has one ocean and its health is critical. Despite its crucial role in contributing to poverty eradication, global food security, human health, economic development and curbing climate change, our ocean is increasingly threatened, degraded or destroyed by human activities, reducing their ability to provide crucial support to our ecosystem. Today, pressures on coastal and marine ecosystems continue to increase, as more communities live along coasts, putting an unsustainable strain on coastal resources. This trend is foreseen to continue given the predicted global population growth.Already today, 30 per cent of the world’s fish stocks are over-exploited, while more than 50 per cent are fully exploited. Coastal habitats are under pressure, with approximately 20 per cent of the world’s coral reef lost and another 20 per cent degraded. Plastic waste alone kills up to one million sea birds, a hundred thousand sea mammals and countless fish each year. An estimated 80 per cent of marine pollution comes from land-based activities. Moreover, vulnerable groups, including the poor, women, children, and indigenous peoples, and coastal communities and countries with a high dependency on the oceans and their marine resources are particularly affected. 
by: United Nations

O mundo tem um só oceano e a sua saúde é crítica. Apesar do seu papel crucial em contribuir para a erradicação da pobreza, a segurança alimentar mundial, a saúde humana, o desenvolvimento económico e a redução das mudanças climáticas, o nosso oceano está cada vez mais ameaçado, degradado ou destruído pelas atividades humanas, reduzindo a sua capacidade de fornecer um suporte crucial ao nosso ecossistema. Hoje, as pressões sobre os ecossistemas costeiros e marinhos continuam a aumentar, mais comunidades vivem ao longo das costas, colocando uma pressão insustentável sobre os recursos costeiros. Esta tendência está prevista para continuar dado o crescimento previsto da população global.

Hoje, 30% das unidades populacionais de peixes do mundo estão sobreexplotadas, enquanto mais de 50% são totalmente exploradas. Os habitats costeiros estão sob pressão, com aproximadamente 20 por cento do recife de coral do mundo perdido e outros 20 por cento degradados. O desperdício de plástico sozinho mata até um milhão de aves marinhas, cem mil mamíferos e inúmeros peixes a cada ano. Estima-se que 80 por cento da poluição marinha provêm de atividades terrestres. Além disso, os grupos vulneráveis, incluindo os pobres, as mulheres, as crianças e os povos indígenas, e as comunidades costeiras e países com alta dependência dos oceanos e seus recursos marinhos são particularmente afetados.



2017 Theme: “Our oceans, our future”

The oceans cover about two-thirds of the surface of the Earth and are the very foundations of life. They generate most of the oxygen we breathe, absorb a large share of carbon dioxide emissions, provide food and nutrients and regulate climate. They are important economically for countries that rely on tourism, fishing and other marine resources for income and serve as the backbone of international trade.Unfortunately, human pressures, including overexploitation, illegal, unreported and unregulated fishing, destructive fishing, as well as unsustainable aquaculture practices, marine pollution, habitat destruction, alien species, climate change and ocean acidification are taking a significant toll on the world’s oceans and seas.Peace and security are also critical to the full enjoyment of the benefits that can be derived from the oceans and for their sustainable development. As has been remarked by the Secretary-General: “There will be no development without security and no security without development.”This year’s theme for the Day is “Our oceans, our future” and is connected to the Ocean Conference taking place from 5 to 9 June at United Nations headquarters in New York. 
by: United Nations

Os oceanos cobrem cerca de dois terços da superfície da Terra e são os próprios alicerces da vida. Eles geram a maior parte do oxigénio que respiramos, absorvem uma grande parte das emissões de dióxido de carbono, fornecem alimentos e nutrientes e regulam o clima. São economicamente importantes para os países que contam com o turismo, a pesca e outros recursos marinhos para a renda e servem como espinha dorsal do comércio internacional.

Infelizmente, as pressões humanas, incluindo a exploração excessiva, a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, a pesca destrutiva, bem como as práticas de aquicultura insustentáveis, a poluição marinha, a destruição do habitat, as espécies exóticas, as mudanças climáticas e a acidificação dos oceanos estão causando um impacto significativo nos oceanos e mares do mundo.

O tema deste ano para este dia é "Os nossos oceanos, o nosso futuro" e está interligado à Conferência Oceânica que acontece de 5 a 9 de junho na sede das Nações Unidas em Nova York.

Portugal ofereceu-se, na passada terça-feira na pessoa da Ministra do Mar - Ana Paula Vitorino - para receber a II Conferência dos Oceanos da ONU, em 2020.


Vamos celebrar e proteger este gigante azul!




segunda-feira, 5 de junho de 2017

World Environmental Day [dia mundial do Ambiente]


The theme for 2017, 'Connecting People to Nature', urges us to get outdoors and into nature, to appreciate its beauty and to think about how we are part of nature and how intimately we depend on it. It challenges us to find fun and exciting ways to experience and cherish this vital relationship.

Hoje é o dia mundial do Ambiente e 2017 chama-nos a ligar-nos à natureza [observar de perto e saber mais sobre o que nos rodeia], e esta crónica que transmite mensagens importantes que devem tocar a nossa consciência e despertar os nossos melhores sentidos.

Maria Amélia Martins-Loução é bióloga, professora catedrática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa no departamento de Biologia Vegetal e presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia e escreve-nos assim:



Para que queremos o Ambiente?



A sociedade terá de ser cada vez mais responsável e apta a defender os interesses de um meio natural que é de todos e para todos.

Hoje é o Dia Mundial do Ambiente. Desde há muito se fala de ambiente, mas qual o seu significado para a grande maioria das pessoas? Ambiente, do latim ambiens (que anda em volta de), é entendido como o conjunto de coisas que nos cercam. Para os biólogos, é tudo o que rodeia e afecta a resposta dos organismos vivos, sejam factores físicos — luz, água, temperatura, solo — sejam outros organismos que coabitam no mesmo espaço e que com eles interajam.
A sociedade interpreta o ambiente de forma egocêntrica, como tudo o que afecta o homem, seja no aspecto físico, luz, calor, frio, seja no conforto, bem-estar e meio social. Isto torna o ambiente como uma externalidade, que pode ser rapidamente perceptível e afectiva, se tiver uma consequência directa na vida do cidadão. Ou ser antes um tema impessoal, com uma noção de risco longínqua, que não afecta o imediato da vida de cada um e é ignorado.De entre os problemas ligados ao ambiente, há uns com “estatuto” e interesse global, como o caso das alterações climáticas e a poluição atmosférica e marinha. A terra, a ocupação e uso do solo, a biodiversidade, não geram preocupação política, embora o seu estatuto possa vir a ser reconhecido depois do lançamento, em 2018, do relatório final produzido pelo Intergovernmental Science-Policy Platform on Biodiversity and Ecosystem Services. Esta plataforma realça a importância de proteger a biodiversidade, como já tinha sido referido na revisão da Convenção para a Diversidade Biológica em 2011. Desde 2012, a política europeia chama a atenção para a necessidade de se tomarem medidas que impeçam a contínua perda de biodiversidade, especialmente quando está provado que a sua protecção pode contribuir significativamente para a mitigação e adaptação às alterações climáticas.Um estudo recente publicado na Science, em Outubro de 2016, mostra que se não existirem políticas urgentes e consistentes, a alteração climática vai alterar significativamente e de forma irreversível a paisagem Mediterrânica. Portugal poderia minimizar a aridez do território, que já se faz sentir, com incentivos à reflorestação intensiva com espécies autóctones e de crescimento lento. É tempo de se olhar a “floresta” portuguesa não só como floresta de produção. Mas para isso são necessárias estratégias baseadas no conhecimento dos ecossistemas, da biologia e ecologia das espécies.Para usar a biodiversidade como estratégia de mitigação das alterações climáticas há que compreender que não são só números ou nomes de espécies que se plantam ou introduzem. Um ecossistema terá de possuir diversidade de características que se complementem, que interagem, assegurando serviços que regulam e estabilizam o ciclo hidrológico, a despoluição da atmosfera e o armazenamento de carbono para compensar as emissões de gases com efeito de estufa. Essas características são dadas pelos microrganismos do solo, pelas plantas e pelos animais que coabitam de forma estável e equilibrada. Se um elo da cadeia falta é uma oportunidade para surgir uma praga, para morrer um animal, para o depauperamento da vegetação. É esta visão holística que deverá estar subjacente a qualquer medida ou estratégia política de reflorestação e que tarda em ser assumida.Os dados que a Sociedade Portuguesa de Ecologia tem vindo (e vai continuar) a recolher dos sítios LTER (Long Term Ecological Research, www.lterportugal.net) espalhados pelo território nacional e albergando diferentes habitats e microclimas têm permitido o conhecimento científico sobre os ecossistemas, tirando partido da relação com a sociedade envolvente. Nesses locais tem-se estudado, ao longo do tempo, a resposta dos organismos, solo, plantas e animais. A interdisciplinaridade e a modernidade metodológica da abordagem permitem a aquisição de conhecimentos sobre a estrutura dos ecossistemas, a função das espécies, a componente física e humana, incluindo os sistemas sociais e económicos em que se integram. Os dados adquiridos ao longo do tempo vão permitir o desenvolvimento de medidas de gestão, baseadas no modo de interacção entre a natureza, meio físico e biológico, e a sociedade humana. Ou seja, medidas baseadas nos serviços e produtos que os ecossistemas podem trazer ao Homem, gerando sustentabilidade e diversificação económica. São estes conhecimentos que deviam servir de base às futuras políticas de reflorestação, para melhoria significativa da paisagem Mediterrânica, que tanto atrai o turismo.Isto significa educar os jovens, no modo como olham, tratam e respeitam o ambiente, mas também a sociedade e os decisores e responsáveis políticos, para saberem usar ferramentas e interpretar dados que os investigadores produzem. O lançamento, pelo Ministério do Ambiente, da Estratégia Nacional de Educação Ambiental para o período 2017-2020 merece, pois, ser destacado. Este documento procura enquadrar as políticas ambientais e o compromisso político que o Governo assumiu com a Agenda 2030 das Nações Unidas. As actividades vão privilegiar jovens estudantes mas também a formação a empresários, autarcas, técnicos da administração central e municipal. Esta formação é fundamental ser implementada tendo presente a descentralização dos serviços pelos municípios.
Para que queremos o ambiente? Para nosso conforto e sobrevivência futura. Para isso, a sociedade terá de ser cada vez mais responsável e apta a defender os interesses de um meio natural que é de todos e para todos; e o Estado deverá assegurar as condições que permitam a melhoria da qualidade de vida, individual e colectiva, garantindo os pressupostos básicos de um desenvolvimento sustentado. No fundo, são os princípios básicos da Lei de Bases do Ambiente, lançada há 30 anos.
em jornal PÚBLICO.

domingo, 4 de junho de 2017

[sequela de] 4km e 5 sardinhas, a matemática não bate certo!

Para quê escrever mais alguma coisa se um título pode dizer tudo?! Não tenho justificações...
Quando a pessoa da tua vida prepara o manjar enquanto a dama vai ali ao lado exercitar o pernil.

P.S.: não, ainda não estão assim com aquela gordurinha bouuuua!





Borrachos gémeos [momento 'Sabias que...']


Este post inicia uma séria de publicações de perguntas do quatidiano respondidas com factos científicos sobre os quais alguém (no mundo!) teve curiosidade ou interesse pelos mais variados motivos, e que se encontram compilados no livro "PORQUE É QUE OS URSOS-POLARES VIVEM SÓS? e outras 101 questões científicas intrigantes" e que já foram, também, publicados na revista 'NewScientist'. Este livro é uma sequela de "Porque é que o mar é azul?" e "Porque é que não congelam osp inguins?".

Esta é a minha seleção das questões e respostas mais interessantes e engraçadas e facilmente perceptíveis quando respondidas através da ciência!


Ao abrir um ovo cozido ao pequeno-almoço encontrei outro ovo lá dentro. Não se tratava de um ovo com duas gemas, mas sim de um ovo com dois ovos – um ovo um ovo completamente novo, com casca e gema, dentro de outro. Será que alguém o consegue explicar? 
questão por,
Liam Spencer
York, Reino Unido


Um ovo que surge dentro de outro ovo é um acontecimento muito invulgar. Regra geral, a produção de um ovo de um pássaro tem início com a libertação do óvulo do ovário. Percorre depois o oviduto, sendo envolvido em gema, depois em albúmen e finalmente membranas, antes de por fim ser rodeado pela casca e posto.
Ocasionalmente, um ovo regressa pelo oviduto e encontra-se com outro ovo que percorre o canal, acabando por ficar preso dentro do segundo ovo durante o processo de formação da casca, o que dá origem a um ovo dentro de outro ovo. Ninguém sabe ao certo o que leva o primeiro ovo a regressar, embora um a teoria sugira que o responsável poderá ser um choque repentino. Já foram relatados ovos dentro de ovos em galinhas, galinha-da-índia, patos e mesmo em codornizes.
Acrescente-se ainda que é muito raro encontrar este fenómeno em ovos de compra, pois estes são observados regularmente (é apontada uma luz forte ao ovo para examinar o conteúdo) e, regra geral, as irregularidades são rejeitadas.

respondido por,
Alex Williams
Haverfordwest, Pembrokeshire, Reino Unido


(...)Assim sendo, desde há centenas de anos que o «óvulo no ovo», tal como é aqui conhecido o fenómeno descrito, atrai a atenção erudita específica.
Já em 1250, o frade polímato dominicano Alberto Magno referia um «ovo com duas cascas» no seu livro De animalibus e, em finais do século XVII, anatomistas pioneiros como William Harvey, Claude Perrault e Johann Sigismund Elsholtz dedicaram igualmente a sua atenção ao fenómeno.
Ocorrem quatro tipo gerais – variações de ovo sem gema e completos – mas esta forma em que se encontra um ovo completo dentro de outro é relativamente rara. Foram adiantadas várias teorias quanto à origem destes ovos duplos, mas a mais provável sugere que a ação muscular rítmica normal, ou peristalse, que desloca o ovo em desenvolvimento, que se desloque o ovo em desenvolvimento ao longo do oviduto, deixa de funcionar corretamente.
Uma série de contrações anormais poderão forçar o ovo completo ou semicompleto a recuar pelo oviduto e, se o ovo se encontrar com outro ovo em desenvolvimento, que se desloque normalmente ao longo do oviduto, este poderá englobar o primeiro. Em termos mais simples, poderá formar-se outra camada de albúmen e de casca em torno do ovo original.
Regra geral, quando não há gema dentro do ovo «anão», ou interior, encontramos um objeto estranho no centro. Este serviu de núcleo em torno do qual se depositaram o albúmen e a casca, através de um processo semelhante ao da criação de uma pérola.
(…) 
respondido por,
Douglas Russel
Curador do Grupo de Aves
Departamento de Zoologia
Museu de História Natural
Tring, Hertfordshire, Reino Unido