E para estas
partidas quereríamos, idealmente, finais felizes. No entanto, nem sempre está
ao nosso alcance escolher o final do argumento, mas quando está cabe-nos actuar
fazendo o máximo e melhor possível, por qualquer pessoa. E assim refiro-me,
concretamente, ao Suporte Básico de Vida.
A cada minuto que passa, em que o nosso coração produza um ritmo de batimentos alterado (fatal), a taxa de sobrevivência diminui 7-10%.
A cada minuto que passa, em que o nosso coração produza um ritmo de batimentos alterado (fatal), a taxa de sobrevivência diminui 7-10%.
5 minutos de
não circulação sanguínea, de não oxigenação celular, são o suficiente para que
ocorra uma lesão cerebral irreversível.
Parecem-me
razões mais que suficientes para que saibamos o mínimo para salvar a vida de
alguém, principalmente quando pode ser alguém mais próximo.
As doenças
cardiovasculares (DCV's) podem ser prevenidas se combatermos o tabagismo,
a dislipidémia (altos níveis de gordura no sangue), a diabetes,
a hipertensão arterial (pressão arterial alta), a obesidade,
que pode estar associada a maus hábitos alimentares e ao sedentarismo.
Todos este factores de risco podem conduzir a um conjunto de doenças
cardiovasculares mais comuns como a angina de peito, doenças
arteriais periféricas, doenças cerebrovascualres, doenças
congénitas, doenças do miocárdio e pericárdio, doenças
valvulares cardíacas, embolia pulmonar e trombose venosa profunda, enfarte
do miocárdio, fibrilhação auricular e insuficiência
cardíaca, que numa sucessão de acontecimentos desde o compromisso da
circulação sanguínea até à lesão cerebral ou outros podem levar à morte.
Como consequência de qualquer uma destas doenças (e/ou outros demais
acontecimentos) pode suceder uma paragem cardiorrespiratória a qualquer pessoa
de qualquer idade. É importante que saibamos como actuar e como canalizar e
racionalizar a nossa preocupação e ansiedade mantendo sempre claros alguns
parâmetros importantes, porque salvar uma vida envolve uma sequência
de passos e cada um deles influência a sobrevivência [cadeia de
sobrevivência].
Algoritmo de Suporte
Básico de Vida Adulto
AVALIAR AS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA
Aproximar-se da vítima com
cuidado, garantindo que não existe perigo para si, para a vítima ou
para terceiros (atenção a perigos como por exemplo: tráfego,
electricidade, gás ou outros).
AVALIAR O ESTADO
DE CONSCIÊNCIA
Abanar os ombros com cuidado e
perguntar em voz alta: “Sente-se bem?”.
Se a vítima não responder gritar
por ajuda.
PERMEABILIZAR A
VIA AÉREA
Numa vítima inconsciente a queda
da língua pode bloquear a via aérea. Esta pode ser permeabilizada pela extensão
da cabeça e pela elevação do queixo, o que projecta a língua para a frente.
Se tiver ocorrido trauma ou suspeita de trauma, devem ser
tomadas medidas para protecção da coluna da vítima e não deve ser realizada a
extensão da cabeça. Como alternativa, deverá ser realizada a protusão
(sub-luxação) da mandíbula (requer um reanimador à cabeça para
estabilização/controlo da coluna cervical e manutenção da via aérea
permeável).
Para efectuar a protusão da mandíbula:
- Identificar o ângulo da mandíbula com o dedo indicador;
- Com os outros dedos colocados atrás do ângulo da
mandíbula, aplicar uma pressão mantida para cima e para frente de modo a
levantar o maxilar inferior;
- Usando os polegares, abrir ligeiramente a boca através da
deslocação do mento para baixo.
RESPIRAÇÃO NORMAL?
Mantendo a via aérea permeável,
verificar se a vítima respira normalmente, realizando o V(ver)O(ouvir)S(sentir)
até 10 segundos:
- Ver
os movimentos torácicos;
- Ouvir
os sons respiratórios saídos da boca/nariz;
- Sentir
o ar expirado na face do reanimador.
Algumas vítimas, nos primeiros minutos após uma notas: PCR
(paragem cardiorrespiratória), podem apresentar uma respiração ineficaz,
irregular e ruidosa. Não deve ser confundido com respiração normal. Se a vítima
ventila normalmente colocar em posição lateral de segurança (PLS).
LIGAR 112
Se a vítima não responde e não tem ventilação normal active de imediato o sistema de emergência médica, ligando 112.
- Reanimador único: se necessário abandone a vítima/local;
- Se estiver alguém junto a si deve pedir a essa pessoa que ligue 112;
- Se a vítima for uma criança ou vítima de afogamento (de qualquer idade) só deve ligar 112 após 1 minuto de Suporte Básico de Vida (SBV).
Após ligar 112:
- Se houver um DAE (Desfibrilhador Automático Externo) ligue-o e siga as suas indicações;
- Se não houver um DAE disponível inicie SBV.
INICIAR COMPRESSÕES TORÁCICAS
Fazer 30 compressões deprimindo o
esterno 5-6 cm a uma frequência de pelo menos 100 por minuto e não mais que 120
por minuto.
INICIAR VENTILAÇÕES
Após 30 compressões fazer 2
ventilações. Se não se sentir capaz ou tiver relutância em fazer ventilações,
faça apenas compressões torácicas.
Se apenas se fizerem compressões,
estas devem ser contínuas, cerca de 100 por minuto (não existindo momentos de
pausa entre cada 30 compressões).
MANTER O SUPORTE
BÁSICO DE VIDA (COMPRESSÕES+INSUFLAÇÕES)
Manter 30 compressões alternando com 2 ventilações. PARAR
apenas se:
- Chegar ajuda (profissionais diferenciados);
- Estiver fisicamente exausto;
- A vítima recomeçar a ventilar normalmente.
Espero que estes pequenos passos possam servir de grande
ajuda em caso de necessidade.
Podem saber mais aqui.