segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Os 'musgos', os pinheiros e o Natal

Está, precoce e, oficialmente aberta a época de Natal. Fui abalroada pela onda que chega cada vez mais cedo, de ano para ano! Vamos lá. Sininhos, luzinhas e bolachinhas, ação!

Vou querer carregar todos os anos nesta tecla, até a mensagem chegar a todos os destinatários (que às vezes também têm falta de memória).

O uso de musgos nos presépios é uma tradição natalícia muito antiga. Mas como tudo na vida pode e deve evoluir. Eu compreendo, mas não aceito, a relutancia de muita gente ao não uso dos musgos vivos nas suas decorações. Porquê querer continuar a fazer alguma coisa que até percebemos que está mal, só por ronha, só porque tenho que levar a minha ideia avante, só porque o vizinho fez eu também tenho que fazer?

Vamos avivar e crias novas memórias?

Os briófitos (musgos as hepáticas e os antóceros) são plantas terrestres não vasculares, muito pouco diferenciadas quanto ao tipo de organização. O seu crescimento e reprodução sexuada dependem profundamente da disponibilidade de água e este fator é sempre o mais limitante.

Este ano, o tempo seco que atravessamos será especialmente dramático para estas 'verdinhas' que vêm o seu principalmente elemento contribuidor para a vida drasticametne reduzido. E, por isso, se espera de todos ações responsáveis que previnam um declínio ainda maior que o esperado. Não vamos usar plantas vivas no nossos adornos, salvo se guardaram os 'musgos' de um ano para o outro - reidratando-os e dando-lhes vida nesta altura - ver vídeo Explica-me: O que fazer ao musgo depois do Natal?; ou se o uso de um pinheiro vivo tem como final intenção a sua plantação no meu jardim ou outro local. 

Desempenham um papel muito importante nos ecossistemas, são considerados bons indicadores da qualidade dos habitats e da sua funcionalidade ecológica, criam condições para a acumulação de húmus, estabilização dos solos, para a fixação e germinação de sementes, servindo de alimento e proteção para diversas espécies de animais. Têm também um papel considerável na acumulação de biomassa, na reciclagem dos nutrientes e no ciclo da água. Nos dias de precipitação ou nevoeiro funcionam como “esponjas”, facilitando um escoamento mais suave da água até ao solo, impedindo a formação de turbilhões até às linhas de água, contendo por isso a erosão. Armazenam assim, grandes quantidades de água que são fundamentais para a manutenção do equilíbrio hídrico, por exemplo no interior de uma floresta. 
Se tens 'musgos' no teu jardim, num espaço perto da tua casa ou do teu local de trabalho sente-te privilegiado porque frequentas locais ecologicamente estáveis e de qualidade biólogica. Por isso, não contribuas para a sua destruição ou degradação. Pode chegar-nos ao pensamento que o bocadinho que vamos tirar ali do muro do vizinho é pouco significante, mas se levarmos o pensamento mais além e olharmos para as prateleiras das lojas vemos sacos e sacos de musgo, e esse impacto já não será tão pouco significativo. Considera esta perspetiva, reduz ou anula este tipo de compra e estes produtos desaparecerão das superfíceis comerciais. 

2017 está a revelar-se um ano trágico, não só pela seca mas também pelos graves incêndios que no assolaram Portugal. As briófitas podem ser uma grande ajuda na mitigação das consequências que deste tipo de fenómenos podem advir, se não vejamos:

Foi observado que inúmeros fatores ambientais tinham efeito na distribuição das comunidades. Quando existe um fogo as primeiras espécies a surgir são briófitos nomeadamente Funaria higrometrica Hedw. ex Guim e Ceratodon purpureus (Hedw.) Brid., além de diversas espécies de líquenes criando condições para o solo ser estabilizado e as sementes das plantas vasculares não serem arrastadas pelos turbilhões de água, fixarem-se e posteriormente germinarem, (...).

Peço uma época natalícia mais ecologicamente consciente e menos preocupada apenas com o nosso úmbigo.


As citações deste texto foram retiradas daqui, onde podem através de um especialista conhecer e aprender mais sobre estas plantas fantásticas. Aconselho vivamente a leitura!




quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Filho da puta

Sim, todos dizem «filho da puta». Certamente por esse motivo, não paramos para refletir sobre essa expressão. «Filho da puta» implica que a puta seja um sujeito determinado - que se saiba quem é. Se dissermos «filho de puta», não exibiremos a presunção de conhecer quem é. Da mesma forma dizemos «puta de rua» e não «puta da rua», de modo que não restrinjamos a prostituta a trabalhar numa só rua, além de que teríamos que conhecer perfeitamente qual era e de a nomear - a puta da Rua Tal.

Fica ainda a pergunta - dizendo filho da puta, não serão todos os visados filhos da mesma mãe, do tal sujeito determinado que se conhece?

Repare-se que em inglês se diz son of a bitch, e não son of the bitch.

Salienta-se ainda que quando recorremos ao adjetivo «grande», é com a preposição de que empregamos a expressão «filho de uma grande puta», e não «filho da grande puta».

in Dicionário dos Erros Frequentes da Língua, Manuel Monteiro, 3ª edição Agosto 2015

Aguarela

Deixo-vos aqui uma composição, feita por mim, para o bebé Santiago no seu primeiro aniversário.

Infelizmente, esqueci-me de tirar uma foto no final do trabalho e a qualidade destas é mínima. A história contada no quadro está muito mais gira!






Lápis e aguarela, em 'Onde está o pinguim'. Pinguim-imperador (nome científico: Aptenodytes forsteri).

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dia Nacional do Mar [momento 'Sabias que...']

Não será preciso mais do que esta imagem para saber e fazer mais.
Sejam cidadãos conscientes e conhecedores da história das vossas escolhas.

by Oceanário de Lisboa

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Relógio Biológico [momento 'Sabias que...']



Despertar (das 7 às 8 horas)

Quem gosta de acordar tarde já começa o dia em desvantagem. A partir das 6 horas o corpo produz uma hormona que faz acordar o cortisol. Entre as 7 e as 8 horas a taxa de cortisol no corpo atinge a concentração máxima. Esse horário é o ideal para acordar com facilidade.

ATENÇÃO:

Voltar a dormir é um erro! Por volta das 9 horas o corpo começa a produzir endorfinas (analgésicos naturais) que encorajam um sono pesado, do qual será difícil sair sem dor de cabeça ou mau-humor.

Prazer (das 9 às 10 horas)

É a hora certa para as folias amorosas já que a taxa de serotonina (neurotransmissor ligado ao prazer) está no seu apogeu. O prazer experimentado só será aumentado. Por outro lado, também é hora de marcar consulta no dentista: as endorfinas, que também estão em alta nesse horário, funcionam como anestésicos naturais.

Trabalho (das 10 às 12 horas)

O estado de vigilância atinge o seu pic e a memória de curto prazo (que guarda coisas como um número de telefone) está mais activa. Depois das endorfinas desaaprecerem o organismo atinge a sua velocidade ideal. É o momento certo para refletir, discutir ideias e encontrar inspiração.

Descanso (das 13 às 14 horas)

A moleza que dá depois do almoço nãos e deve unicamente à digestão, mas também a uma queda de adrenalina (que acelera o ritmo cardíaco). Para retomar a disposição basta uma sesta de 20 minutos.

Movimento (das 15 às 16 horas)

A forma física encontra o seu auge a meio da tarde, ao mesmo tempo que a capacidade intelectual diminui. Como não há produção de hormonas específicas nesse horário os cronobiologistas ainda não encontraram uma explicação para o facto.

Rush (das 18 às 19 horas)

A partir das 18 horas o organismo fica particularmente vulnerável à poluição e ao monóxido de carbono. Convém limitar o consumo de cigarros e evitar, se possível, os engarrafamentos. Também, é neste horário que a aactividade intelectual e o estado de vigilância atingem um novo pico, que pode ser a hora certa de mandar as crianças fazerem os trabalhos de casa.

Risco de embreaguez (das 20 às 21 horas)

Se este horário costuma coincidir com o aperitivo antes do jantar é bom saber que é, também o momento em que as enzimas do fígado estão menos activas, o que faz com que se fiue bêbado mais rápido.

Sono (a partir das 20 horas)

A melatonina (hormona do sono) invad progressivamente o corpo a partir das 18 horas. Mas, é às 20 horas que aparece o primeiro momento ideal para dormir, sucedido por outros iguais a cada duas horas.

Regeneração (das 21 à 1 horas)

Esta fase do sono é muito importante porque coincide com o pico da produção da hormona do crescimento, indispensável para a renovação das células e arecuperação física. Esta hormona permite que os conhecimentos adquiridos na véspera sejam armazenados no cérebro.