Está, precoce e, oficialmente aberta a época de Natal. Fui abalroada pela onda que chega cada vez mais cedo, de ano para ano! Vamos lá. Sininhos, luzinhas e bolachinhas, ação!
Vou querer carregar todos os anos nesta tecla, até a mensagem chegar a todos os destinatários (que às vezes também têm falta de memória).
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O uso de musgos nos presépios é uma tradição natalícia muito antiga. Mas como tudo na vida pode e deve evoluir. Eu compreendo, mas não aceito, a relutancia de muita gente ao não uso dos musgos vivos nas suas decorações. Porquê querer continuar a fazer alguma coisa que até percebemos que está mal, só por ronha, só porque tenho que levar a minha ideia avante, só porque o vizinho fez eu também tenho que fazer?
Vamos avivar e crias novas memórias?
Os briófitos (musgos as hepáticas e os antóceros) são plantas terrestres não vasculares, muito pouco diferenciadas quanto ao tipo de organização. O seu crescimento e reprodução sexuada dependem profundamente da disponibilidade de água e este fator é sempre o mais limitante.
Este ano, o tempo seco que atravessamos será especialmente dramático para estas 'verdinhas' que vêm o seu principalmente elemento contribuidor para a vida drasticametne reduzido. E, por isso, se espera de todos ações responsáveis que previnam um declínio ainda maior que o esperado. Não vamos usar plantas vivas no nossos adornos, salvo se guardaram os 'musgos' de um ano para o outro - reidratando-os e dando-lhes vida nesta altura - ver vídeo Explica-me: O que fazer ao musgo depois do Natal?; ou se o uso de um pinheiro vivo tem como final intenção a sua plantação no meu jardim ou outro local.
Desempenham um papel muito importante nos ecossistemas, são considerados bons indicadores da qualidade dos habitats e da sua funcionalidade ecológica, criam condições para a acumulação de húmus, estabilização dos solos, para a fixação e germinação de sementes, servindo de alimento e proteção para diversas espécies de animais. Têm também um papel considerável na acumulação de biomassa, na reciclagem dos nutrientes e no ciclo da água. Nos dias de precipitação ou nevoeiro funcionam como “esponjas”, facilitando um escoamento mais suave da água até ao solo, impedindo a formação de turbilhões até às linhas de água, contendo por isso a erosão. Armazenam assim, grandes quantidades de água que são fundamentais para a manutenção do equilíbrio hídrico, por exemplo no interior de uma floresta.
Se tens 'musgos' no teu jardim, num espaço perto da tua casa ou do teu local de trabalho sente-te privilegiado porque frequentas locais ecologicamente estáveis e de qualidade biólogica. Por isso, não contribuas para a sua destruição ou degradação. Pode chegar-nos ao pensamento que o bocadinho que vamos tirar ali do muro do vizinho é pouco significante, mas se levarmos o pensamento mais além e olharmos para as prateleiras das lojas vemos sacos e sacos de musgo, e esse impacto já não será tão pouco significativo. Considera esta perspetiva, reduz ou anula este tipo de compra e estes produtos desaparecerão das superfíceis comerciais.
2017 está a revelar-se um ano trágico, não só pela seca mas também pelos graves incêndios que no assolaram Portugal. As briófitas podem ser uma grande ajuda na mitigação das consequências que deste tipo de fenómenos podem advir, se não vejamos:
Foi observado que inúmeros fatores ambientais tinham efeito na distribuição das comunidades. Quando existe um fogo as primeiras espécies a surgir são briófitos nomeadamente Funaria higrometrica Hedw. ex Guim e Ceratodon purpureus (Hedw.) Brid., além de diversas espécies de líquenes criando condições para o solo ser estabilizado e as sementes das plantas vasculares não serem arrastadas pelos turbilhões de água, fixarem-se e posteriormente germinarem, (...).
Peço uma época natalícia mais ecologicamente consciente e menos preocupada apenas com o nosso úmbigo.
As citações deste texto foram retiradas daqui, onde podem através de um especialista conhecer e aprender mais sobre estas plantas fantásticas. Aconselho vivamente a leitura!